domingo, 7 de junho de 2009

A vida imita o computador ou o computador imita a vida?


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Dado o processo de "mitose" no Rapidshare que acabou por gerar sua vida, Bill.exe nascia. (Breve nota: há ainda a versão abrasileirada "Severino.exe", porém, como não queremos alusões à obras literárias de cunho regionalista, fiquemos com o americanizado Bill que atende com mais eficiência à uma demanda de estórias globalizadas)
Primeiramente, como criatura simplista, era Bill.rar. Um pouco inútil, é verdade, dada a sua compactibilidade. Alguém, porém, que regia aquele espaço sob o IP 66.247.42.238, deu-lhe tempo e energia para que se tornasse, então, um ser muito mais complexo.
O que esse ser onipotente não poderia prever era a ingenuidade de Bill.exe, isso porque Bill trouxera outras informações com ele que, embora achasse que adquiriria mais notoriedade e respeito com arquivos como "Leia-me.txt", tais arquivos eram dispensados por essa tão exigente onipotência -- no mínimo, jogados na Lixeira.
Ao perder projetos de vida como esse, Bill indagava-se acerca da sua existência no computador e procurava respostas para suas perguntas, mas o que ele não sabia é que nem mesmo suas perguntas(ou principalmente elas) não estavam nem um tiquito perto da verdadeira realidade.
Bill, porém, acabou por presumir uma coisa: a sociedade em que vivia era escatológica. Isso signicava que ele deveria seguir sempre seu metódico programa para que não fosse punido no juízo final. E quanto a isso nunca vacilou! Ora, ele conhecia histórias de outros arquivos que, sabe-se-lá por birra ou má administração da onipotência -- vale ressaltar que o espaço sob o IP 66.247.42.238 vive sempre saturado, excedendo a quantidade de arquivos que permite o bom funcionamento do computador, daí, pelo mesmo motivo, alguns arquivos se irritam e resolvem não funcionar ou corromper outros, só por protesto --, esses arquivos foram, então, condenados à lixeira e depois à sentença da "exclusão do computador".
Por esse motivo, Bill.exe fez sempre o máximo que pode, aceitando todos os preceitos do figura onipotente, mesmo que ela não ligasse para o seu funcionamento (todos exaltados no extinto "Leia-me.txt")

Acabou que, por conseguinte, Bill recebera finalmente atenção do Senhor Externo e pudera evoluir para novas versões: Bill 2.0, Bill 3.5, Bill 4.2., até tornar-se Bill 7.0.
No auge do aperfeiçoamento do seu programa, Bill não poderia sentir-se mais feliz(embora demonstrasse estar sempre trabalhando, afinal, Bill.exe era muito profissional): conheceu sites de compartilhamento onde nunca antes tinha entrado; o número de suas duplicações crescia cada dia mais e sua empresa crescera tanto que, pasmem, ele poderia se vender, caso acrescentasse umas ínfimas alterações em seu novo programa!

O que Bill se esqueceu, porém, fora da primeira conclusão que havia tomado da sociedade em que vivia: escatológica. Ou seja, seu julgamento final estaria por vir.
E ele não falhou em sua percepção! Naquele fatídico dia, então, de data desimportante para a continuidade da estória, um outro programa lançara-se nos sites, divulgando as mesmas funções do Bill juntamente com novidades inimagináveis e, para ser bem franca, bem esdrúxulas. No fim, o programa agradou a população... talvez porque fosse gratuito.

Desapontado, pouco a pouco Bill fora deixando de pertencer a outros sites. Desempregado, desamparado, Bill passa a se concentrar em único IP -- aquele cujo dono lançou-o primeiramente no Rapidshare -- do qual não sabemos, e ainda que soubéssemos, não poderíamos informar o número.
Porém, Bill.exe, em seu esgotamento de vida, poderia ter, ao menos, desdobrado dobramentos nunca antes desdobrados. Mistérios como o número desse IP matriz, por exemplo. Mas não! Ao invés disso, desolado como andava, foi se tornando um arquivo cada vez mais velho, mais marginalizado. Até que um dia, quando encontrava-se em quarentena devido à um vírus que lhe assolava, Bill é excluído do computador.

A informação que se segue é algo que Bill.exe jamais poderia supor durante sua "vida severina" e que certamente seria cômica, se não fosse trágica: tudo que ele conhecia e o que não conheceu, quantos programas não poderia ter superado, quantos não o superariam... tudo isso seria extinto, porque o computador, um dia, também quebra.
E quando isso acontecer, nenhum arquivo terá conseguido deixar de ser tão estupidamente burro para descobrir, pelo menos, o IP Matriz!

E assim falou Zaratustra.exe.