terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Rapidinha

Há algum tempo atrás censurava os textos espontâneos. Quero dizer, até não, alguns súbitos de espontaneidade criaram interessantes parágrafos, mas a matéria bruta não era usada como viera ao mundo, somente estratificada, triturada, jogado no trigo, amassada até obter uma massa única, levado ao forno e hum... Nem sempre a receita certa. (Acho que devo ter esquecido o fermento.)
Hoje, não. Perdoe-me: agoríssima, nesse instantíssimo, não. Isso porque já perdi algumas pequeníssimas divagações ― e você sabe, as divagações comportam-se da mesma forma que o homem e a mulher em pré-relacionamento o fazem no período da conquista: é preciso muita conversa e muita lábia para que ela ceda. Primeiro, se deve entendê-la, depois captar o direcionamento do assunto ― e é precisto estar precavido de alguma bagagem de conversação, pois, em casos de lacunas "papeativas" (Deus salve a América e os neologismos!), lembrar-se de usar jogo de cintura para voltar a assuntos que o deixem seguro ― e BENG! As mocinholas, os rapazóides e as divagações estão em suas mãos. (Não me pergunte, porém, que diabos de som a onomatopéia ali no meio deveria imitar ou que deveria acontecer nesse meio tempo.)

Ahh... a vida, as divagações, os cosmos e os relacionamentos são questões mais pragmáticas do que contrariamente está incutido na mente dos seres humanos. Às vezes ― digo isso porque estou escrevendo minha divagação, mas, pela cara estranha que essas palavras fazem, devo estar avançando muito rápido neste encontro ― é preciso esquecer um pouco o requinte e, ao partir com espontaneidade, ir despindo uma letrinha aqui, cortejar a virilidade do "R" ali, tocar uma entrelinha... Hummm...

Como vocês podem ver, qualquer asno, livrando-se da artificialidade, pode se meter num relacionamento ou numa divagação ― por piores e efêmeras que sejam.
Nenhuma palavra mais quer ceder a mim, entretanto. (seria o desgosto pela onomatopéia estranha que nos atrapalhou?)

Desconfio que acabo de ter um péssimo encontro.